SOBRE Nelson Kon
Com mais de 35 anos de carreira, é um dos fotógrafos de arquitetura e urbanismo mais renomados do país. Não é apenas a técnica de luz, ângulo e enquadramento o diferencial de suas fotografias, é o conhecimento da essência da arquitetura. As principais revistas especializadas estampam seu trabalho, entre elas as brasileiras AU e Projeto Design e a inglesa Wallpaper. Em 2004, fotografou as obras de Oscar Niemeyer, para exposição no Instituto Tomie Ohtake e, em 2013, recebeu o Prêmio APCA, da Associação Paulista dos Críticos de Arte. Suas imagens trazem uma narrativa, que retrata o dinamismo e a magnitude do concreto e da paisagem urbana.
SOBRE “ARTE CIDADE”
A movimentação urbana e os pequenos detalhes que formam o todo, amplo e imponente. É assim Arte Cidade, cuja as imagens estão inclusas e que retrata, entre 1994 e 1998, intervenções urbanas na maior metrópole do país. Pontos emblemáticos redesenhados em sobreposições que trazem, na visão mais ampla, a grandiosidade de São Paulo e seu fluxo de concreto e gente.
As fotografias de Nelson Kon, que interpreta o centro antigo como poucos, transportam para o clima e a pulsação de uma cidade que é, antes de tudo, território de convívio e, talvez, justamente por isso, nunca dorme.
SOBRE “EDIFÍCIO COPAN”
Ícone da paisagem urbana e projetado por um dos profissionais mais influentes da arquitetura moderna mundial, o Edifício Copan é um marco na dinâmica da metrópole e representa a própria São Paulo, fluída e magnética. Em suas fotografias, Nelson Kon retrata do alto, com a precisão e naturalidade que lhe são peculiares, o edifício de um quarteirão e sua volumetria em meio aos arranhas céus que contornam a vista. A cidade se mostra complexa, bela e grandiosa.
As imagens aéreas fizeram parte da Exposição Niemeyer, no Instituto Tomie Ohtake.
O FOTÓGRAFO CRONISTA
por Eder Chiodetto, curador
Nelson Kon é um inspirado cronista que se vale da paisagem urbana, das formas de apropriação do solo e, claro, da arquitetura para narrar tensões existentes nestas equações. […] Em seu foco está a forma como o ser humano contemporâneo realiza a ocupação do espaço.
Formado em arquitetura, seguiu os passos do pai. Entretanto, nunca se imaginou como um arquiteto que desenvolveria projetos de construção civil, tal como seu pai. Uma fotografia, neste caso, pode ser a tradução mais genuína do conceito de um projeto tanto para o próprio arquiteto que o desenvolveu, quanto para o público em geral.
À precisão técnica somou-se a capacidade de fotografar a paisagem urbana com a sensibilidade de um cronista, como podemos observar na imagem de um observador envolvido pela atmosfera da Oca, ou no movimento de pessoas na Rua General Carneiro, ou ainda na visão da cidade de São Paulo, de um helicóptero, quando irrompem os primeiros raios solares.
Na espessura dessas imagens, entre a harmonia e o conflito, está a habilidade do fotógrafo para nos levar a momentos de contemplação apaixonada de um espaço que também é o da possibilidade do encontro com o outro, território de convívio, resultante da necessidade do ser humano de transformar e transformar-se.
